sábado, 20 de dezembro de 2008
Convém que se repita...
Só em linguagem amorosa agrada
A mesma coisa cem mil vezes dita." (Mario Quintana)
por isto digo, sem me cansar e sem que te canses...
Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?
Fernando Pessoa
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
E esse tal alguém não ser seu...
Peço tanto a Deus para lhe esquecer
Mas só de pedir, me lembro
...
Meus melhores beijos serão seus!
Sinto que você é ligado a mim
Sempre que estou indo, volto atrás
Estou entregue a ponto de estar sempre só
Esperando um sim ou nunca mais
É tanta graça lá fora
passa...o tempo sem você
Mas pode sim ser sim
amado
e tudo acontecer
Sinto absoluto o dom de existir,
Não há solidão, nem pena
Nessa doação, milagres do amor
Sinto uma extensão divina
...
Quero dançar com você
Dançar com você
Vanessa da Mata
domingo, 30 de novembro de 2008
"Os meus pensamentos foram-se afastando de mim, mas, chegado a um caminho acolhedor, rejeito os tumultuosos pesares e detenho-me, de olhos fechados, enervado num aroma de afastamento que eu próprio fui conservando, na minha pequena luta contra a vida. Só vivi ontem.
(...)
Ontem é uma árvore de longas ramagens, e estou estendido à sua sombra, recordando.
De súbito, contemplo, surpreendido, longas caravanas de caminhantes... Com os olhos adormecidos na recordação, entoam canções e recordam. E algo me diz que mudaram para se deter, que falaram para se calar, que abriram os olhos atônitos ante a festa das estrelas para os fechar e recordar...
Estendido neste novo caminho, com os olhos ávidos florescidos de afastamento, procuro em vão interceptar o rio do tempo que tremula sobre as minhas atitudes. Mas a água que consigo recolher fica aprisionada nos tanques ocultos do meu coração em que amanhã terão de se submergir as minhas velhas mãos solitárias..."
(Pablo Neruda, in "Nasci para Nascer")
domingo, 2 de novembro de 2008
Pode-se prometer ações, mas não sentimentos, pois estes são involuntários. Quem promete a alguém amá-lo sempre, ou odiá-lo sempre, ou ser-lhe sempre fiel, promete algo que não está em seu poder; mas o que pode perfeitamente prometer são aquelas ações que, na verdade, são geralmente as consequências do amor, do ódio, da fidelidade, mas que também podem emanar de outras razões, pois a uma ação conduzem diversos caminhos e motivos. A promessa de amar sempre alguém significa, portanto: enquanto eu te amar, manifestar-te-ei as ações do amor; se eu já não te amar, pois, não obstante, receberás para sempre de mim as mesmas ações, ainda que por outros motivos. De modo que a aparência de que o amor estaria inalterado e continuaria sendo o mesmo permanece na cabeça das outras pessoas. Promete-se, por conseguinte, a persistência da aparência do amor, quando, sem ilusão, se promete a alguém amor perpétuo.
Friedrich Nietzsche, in 'Humano, Demasiado Humano'
terça-feira, 21 de outubro de 2008
Se
Se, ao final desta existência,
alguma ansiedade me restar
e conseguir me perturbar;
se eu me debater aflito
no conflito, na discórdia...
Se ainda ocultar verdades
para ocultar-me,
para ofuscar-me com fantasias por mim criadas...
Se restar abatimento e revolta
pelo que não consegui
possuir, fazer, dizer e mesmo ser...
Se eu retiver um pouco mais
do pouco que é necessário
e persistir indiferente ao grande pranto do mundo...
Se algum ressentimento,
algum ferimento
impedir-me do imenso alívio
que é o irrestritamente perdoar,
e, mais ainda,
se ainda não souber sinceramente orar
por quem me agrediu e injustiçou...
Se continuar a mediocremente
denunciar o cisco no olho do outro
sem conseguir vencer a treva e a trave
em meu próprio...
Se seguir protestando
reclamando, contestando,
exigindo que o mundo mude
sem qualquer esforço para mudar eu...
Se, indigente da incondicional alegria interior,
em queixas, ais, e lamúrias,
persistir a buscar consolo, conforto, simpatia
para a minha ainda imperiosa angústia...
Se, ainda incapaz
para a beatitude das almas santas,
precisar dos prazeres medíocres que o mundo vende...
Se insistir ainda que o mundo silencie
para que possa embeber-me de silêncio,
sem saber realizá-lo em mim...
Se minha fortaleza e segurança
São ainda construídas com os materiais
grosseiros e frágeis
que o mundo empresta,
e eu neles ainda acredito...
apagar
Se, imprudente e cegamente,
continuar desejando
adquirir,
multiplicar,
e reter
valores, coisas, pessoas, posições, ideologias,
na ânsia de ser feliz...
Se, ainda presa do grande embuste,
insistir e persistir iludido
com a importância que me dou...
Se, ao fim de meus dias,
continuar
sem escutar, sem entender, sem atender,
sem realizar o Cristo, que,
dentro de mim,
Eu sou,
terei me perdido na multidão abortada
dos perdulários dos divinos talentos,
os talentos que a Vida
a todos confia,
e serei um fraco a mais,
um traidor da própria vida,
da Vida que investe em mim,
que de mim espera
e que se vê frustrada
diante de meu fim.
Se tudo isto acontecer
terei parasitado a vida
e inutilmente ocupado
o tempo
e o espaço
de Deus.
terei meramente sido vencido
pelo fim,
sem ter atingido a Meta.
Extraído do livro Canção Universal in http://www.yoga.pro.br/artigos.php?cod=525&secao=3032
domingo, 12 de outubro de 2008
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
A DIFERENÇA ENTRE CONFIAR E SER INGÊNUO
mesmo assim a linha divisória é muito sutil.
Ser ingênuo significa ser ignorante.
Confiar é o ato mais inteligente da existência.
E os sintomas a serem lembrados são:
ambos serão enganados,
ambos serão trapaceados,
mas a pessoa que é ingênua
se sentirá enganada, trapaceada,
ficará com raiva,
começará a não confiar nas pessoas.
Sua ingenuidade, mais cedo ou mais tarde,
se torna desconfiança.
E a pessoa que confia também será
enganada, trapaceada,
mas não vai se sentir lesada.
Ela simplesmente sentirá compaixão
por aqueles que a enganaram,
que a trapacearam,
e sua confiança não será perdida.
Sua confiança jamais
se transformará em desconfiança
para com a humanidade.
Esses são os sintomas.
No princípio, ambos parecem iguais.
Mas, no final, a qualidade da ingenuidade
se transforma em desconfiança,
e a qualidade da confiança
continua a se tornar mais confiança,
mais compaixão,
mais compreensão das fraquezas humanas,
da fragilidade humana.
A confiança é tão valiosa
que a pessoa está disposta a perder tudo,
menos a confiança.
OSHO
domingo, 5 de outubro de 2008
Saberás que não te amo e que te amo
posto que de dois modos é a vida,
a palavra é uma asa do silêncio,
o fogo tem uma metade de frio.
Eu te amo para começar a amar-te,
para recomeçar o infinito
e para não deixar de amar-te nunca:
por isso não te amo ainda.
Te amo e não te amo como se tivesse
em minhas mãos as chaves da fortuna
e um incerto destino desafortunado.
Meu amor tem duas vidas para amar-te.
Por isso te amo quando não te amo e
por isso te amo quando te amo
quinta-feira, 2 de outubro de 2008
Mas se não chegasses
Seria tarde e o mundo escurecia.
Esperaria,
Mas se não chegasses
Teria a espera e não a ti por companhia.
Aguardaria mais uma hora, mais um dia,
Por um segundo em que me olhasses.
Mas o tempo seria uma agonia.
Por mais que por mim passasses
Não cruzavas a fronteira onde, vazia,
A minha tela esperava que a pintasses,
A minha folha ansiava que a escrevesses,
A minha vida desejava que a vivesses.
Esperaria,
Mas, se não chegasses,
Teria a vida à espera... e morreria.
Aguardaria mais uma hora, mais um dia
Mas não aguardo nem mais um segundo.
Espera é tempo que não tenho neste mundo
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
terça-feira, 30 de setembro de 2008
Sintaxe À Vontade
Respeitável público pagão
a partir de sempre
toda cura pertence a nós
toda resposta e dúvida
todo sujeito é livre para conjugar o verbo que quiser
todo verbo é livre para ser direto e indireto
nenhum predicado será prejudicado
nem tampouco a vírgula, nem a crase nem a frase e ponto final!
afinal, a má gramática da vida nos põe entre pausas, entre vírgulas
e estar entre vírgulas pode ser aposto
e eu aposto o oposto que vou cativar a todos
sendo apenas um sujeito simples
um sujeito e sua oração
sua pressa e sua verdade,sua fé
que a regência da paz sirva a todos nós... cegos ou não
que enxerguemos o fato
de termos acessórios para nossa oração
separados ou adjuntos, nominais ou não
façamos parte do contexto da crônica
e de todas as capas de edição especial
sejamos também o anúncio da contra-capa
mas ser a capa e ser contra-capa
é a beleza da contradição
é negar a si mesmo
e negar a si mesmo
pode ser também encontrar-se com Deus
com o teu Deus
Sem horas e sem dores
Que nesse encontro que acontece agora
cada um possa se encontrar no outro
até porque...
tem horas que a gente se pergunta...
por que é que não se junta
tudo numa coisa só?
O Teatro Mágico
Composição: Fernando Anitelli
domingo, 28 de setembro de 2008
Boneca de cera
Eu não sou mais a mesma
Eu mudei pra valer
...Nem um sorriso nos meus lábios
Eu sinto um frio
Que vem do meu coração
Mesmo nesse sol de verão
Apenas um suspiro
E um olhar perdido
Por que as coisas são assim?
Estamos perto um do outro
Mas você está longe de mim
É tão fácil, mas é impossível dizer.
Foi o tempo
Que tomou minhas palavras
E hoje eu pareço uma boneca de cera
Com minha cara triste
Não sinto os pingos da chuva
Nem minha presença eu sinto também
Foi o tempo que tomou minhas palavras
Vou dar um tempo
Pra que meu imenso vazio
Seja tomado
Pela vontade de criar e viver
Ira
terça-feira, 23 de setembro de 2008
Mais e Menos
sapatos caramelo, um mesmo livro de cabeceira.
dita ao mesmo tempo, o diálogo mudo dos olhares e a
certeza das semelhanças entre o que se canta e o que
se escreve.
mesmo som, uma mesma harmonia.
instrumentos musicais. a mesma nota repetidas vezes, a
busca pela perfeição sonora e a certeza das
similaridades entre um tom acima e um tom abaixo.
musicais descobrem afinidades humanas entre si no
mesmo instante em que os seres humanos descobrem
afinações musicais dentro deles mesmos.
O Teatro Mágico
terça-feira, 16 de setembro de 2008
Sobra tanta falta
Como uma praia
Falta tanta coisa na memória
Como o rosto dele
Falta tanto tempo no relógio
Quanto uma semana
Sobra tanta falta de paciência
Que me desespero
Sobram tantas meias-verdades
Que guardo pra mim mesma
Sobram tantos medos
Que nem me protejo mais
Sobra tanto espaço
Dentro do abraço
Falta tanta coisa pra dizer
Que nunca consigo
Sei lá,
Se o que me deu foi dado
Se o que me deu já é meu
Se o que me deu foi dado ou se é seu
....
O Teatro Mágico
quinta-feira, 11 de setembro de 2008
Dormi contigo a noite inteira junto do mar, na ilha.
Selvagem e doce eras entre o prazer e o sono,
entre o fogo e a água.
Talvez bem tarde nossos
sonos se uniram na altura e no fundo,
em cima como ramos que um mesmo vento move,
embaixo como raízes vermelhas que se tocam.
Talvez teu sono se separou do meu e pelo mar escuro
me procurava como antes, quando nem existias,
quando sem te enxergar naveguei a teu lado
e teus olhos buscavam o que agora - pão,
vinho, amor e cólera - te dou, cheias as mãos,
porque tu és a taça que só esperava
os dons da minha vida.
Dormi junto contigo a noite inteira,
enquanto a escura terra gira com vivos e com mortos,
de repente desperto e no meio da sombra meu braço
rodeava tua cintura.
Nem a noite nem o sonho puderam separar-nos.
Dormi contigo, amor, despertei, e tua boca
saída de teu sono me deu o sabor da terra,
de água-marinha, de algas, de tua íntima vida,
e recebi teu beijo molhado pela aurora
como se me chegasse do mar que nos rodeia.
quarta-feira, 10 de setembro de 2008
Não te amo como se fosse rosa de sal, topázio
ou flecha de cravos que propagam o fogo:
te amo secretamente, entre a sombra e a alma.
.
Te amo como a planta que não floresce e leva
dentro de si, oculta, a luz daquelas flores,
e graças a teu amor vive escuro em meu corpo
o apertado aroma que ascender da terra.
.
Te amo sem saber como, nem quando, nem onde,
te amo diretamente sem problemas nem orgulho:
assim te amo porque não sei amar de outra maneira,
.
Se não assim deste modo em que não sou nem és
tão perto que a tua mão sobre meu peito é minha
tão perto que se fecham teus olhos com meu sonho.
segunda-feira, 1 de setembro de 2008
aonde vai a estrada ?
Para onde vão os dias ?
...
E quem pode dizer
se o seu amor crescerá
conforme seu coração quiser ?
...
Quem pode dizer
porque seu coração suspira
conforme seu coração flutua ?
...
E quem pode dizer
porque seu coração chora
quando seu amor morre?
...
Quem pode dizer
quando os caminhos
se cruzam
que o amor deve estar
em seu coração ?
E quem pode dizer
quando o dia termina
se a noite guarda
todo o seu coração ?
Quem pode dizer
se o seu amor crescerá
conforme seu coração quiser ?
Só o tempo
E quem pode dizer
aonde vai a estrada ?
Para onde vão os dias ?
Só o tempo
Quem sabe - Só o tempo
Enya
domingo, 31 de agosto de 2008
É você
É você
Só você
Que na vida vai comigo agora
Nós dois na floresta e no salão
Nada mais
Deita no meu peito e me devora
Na vida só resta seguir
Um risco, um passo, um gesto rio afora
É você
Só você
Que invadiu o centro do espelho
Nós dois na biblioteca e no saguão
Ninguém mais
Deita no meu leito e se demora
Na vida só resta seguir
Um risco, um passo, um gesto rio afora.
Marisa Monte
domingo, 17 de agosto de 2008
Saudade
teu perfil exato e que, apenas, levemente, o vento
das horas ponha um frêmito em teus cabelos...
É preciso que a tua ausência trescale
sutilmente, no ar, ...
Mas é preciso, também, que seja como abrir uma janela
e respirar-te, azul e luminoso, no ar.
É preciso a saudade para eu sentir
como sinto - em mim - a presença misteriosa da vida...
Mas quando surges és tão outro e múltiplo e imprevisto
que nunca te pareces com o teu retrato...
E eu tenho de fechar meus olhos para ver-te.
sexta-feira, 15 de agosto de 2008
É um homem que se encosta a um lampião.
Estrelas não são pontos cardinais,
Lembram-nos que somos simples mortais.
E a Lua não é de queijo nem de prata,
É a carne de quem sofre, quem vende a alma barata.
Amor é um anúncio no jornal,
E o ouro é apenas um metal.
E agora que respiramos sem viver
Com uma corda na garganta
E um filho por nascer,
Ser livre afinal não é saída,
É mudança para uma jaula mais comprida.
A fome não é aquilo que se pensa,
Ela mata, mas o crime não compensa.
Há sempre quem nos estenda uma mão,
Quem nos limpe, quem nos meta no caixão.
Não é música o que canta o rouxinol
São gritos abafados que se põem com o Sol.
http://eternidadenummomento.blogspot.com/
quarta-feira, 13 de agosto de 2008
quero ter o abraço que te conforta
ter o ombro que tuas lágrimas seca
a mão que do auxílio te segura
quero ser mais, muito mais que amiga
quero ser mais que irmã, sempre ao teu lado
ser mais que mãe, dar-te o beijo de boa-noite
mais que um caso, ser única para ti
quero ser mais, não a melhor amiga... mais
quero ser o alguém que procuras pra ser tua
ser a pessoa que te faz dormir feliz
o que te traz amor num beijo e num sorriso
quero ter mais, mais que qualquer outra possa ter de ti
quero ter teus braços ao meu redor
ter teu sorriso nos meus lábios em beijo
tua presença quando solidão
quero poder mais que qualquer pessoa tua
quero poder sentir teu corpo em abraços demorados
poder ver em teus olhos o brilho que procuro
fazer teu sorriso tão autêntico quanto minha vontade
quero sentir mais que palavras acontecendo
quero sentir o sonho real, o beijo molhado
sentir teu cheiro, tua vontade, teu prazer
teu corpo no meu, e eu... toda tua
quero ser mais tua do que qualquer já tenha sido
quero ser o alguém, a alma, o corpo, o tudo que te pertence
o beijo que anseias, o abraço que precisas
ser muito mais tua do que tu mesmo.
http://www.josealessandro.com.br/ler_poesias.htm
segunda-feira, 11 de agosto de 2008
domingo, 10 de agosto de 2008
quarta-feira, 23 de julho de 2008
Não digas: “Amo-a pelo seu olhar,
o seu sorriso, o modo de falar
honesto e brando. Amo-a porque se sente
minh’alma em comunhão constantemente
com a sua”.
Porque pode mudar
isso tudo, em si mesmo, ao perpassar
do tempo, ou para ti unicamente.
Nem me ames pelo pranto que a bondade
de tuas mãos enxuga, pois se em mim
secar, por teu conforto, esta vontade
de chorar, teu amor pode ter fim!
Ama-me por amor do amor, e assim
me hás de querer por toda a eternidade.
Madre Teresa de Calcutá
terça-feira, 22 de julho de 2008
sábado, 5 de julho de 2008
...são coisas que tenho aprendido, nada pode gerar expectativa e dor.
Desejos e paixões são apegos de nossa alma aflita que ainda não aprendeu a visualizar o todo, acostumada aos detalhes, a pequenas situações,... por muitas vezes aumentadas para enaltecer o ego.
Para tudo existe um caminho e uma explicação, se não acontece é porque talvez não seja o momento ou não tenha que acontecer!
Viver o presente da melhor maneira possível, com união de corpo e mente, é a meta que devemos vislumbrar, para isto basta andar de acordo com a correnteza, fazendo o melhor que puder.
Juliane Varhau
sexta-feira, 4 de julho de 2008
Onde este sentimento nos leva? ou tem me levado?
me sinto só!...
...em um caminho no qual não visualizo a chegada,
Como eu gostaria de me sentir confortável!
melhor seria se eu conseguisse sentir em você a vontade de fazer algo por nós,
me convidar para sonhar sem segurar a minha mão... tem sido muito cruel!
Juliane Varhau
sexta-feira, 27 de junho de 2008
Um anjo
domingo, 22 de junho de 2008
sábado, 21 de junho de 2008
sexta-feira, 20 de junho de 2008
Sri Nisargadatta Maharaj - em I Am That
quinta-feira, 19 de junho de 2008
Mudanças
Por isso, não podemos ter situações, pessoas ou histórias como certos, tudo isto é mutável.
Quando pensamos ter a certeza de que algo é para sempre, que não existe outra perspectiva, que nada pode mudar isto ou aquilo, vem a vida e prova o contrário.
Nada esta certo, nada é como sentimos ou cremos sentir, nossa certeza também é mutável, na maioria das vezes não temos razão. O que pensamos sentir e sentimos é alterado por todas as surpresas que a vida apresenta.
Juliane Varhau
terça-feira, 17 de junho de 2008
segunda-feira, 16 de junho de 2008
Ausência
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
Carlos Drummond de Andrade
Sinto falta do vento que soprava
Ou simplesmente das tuas costas brancas.
E aquele relógio não girava
Estava parado sempre da manhã a noite
Como eu, ele te olhava
Eu não choro nunca por você
Não vou fazer nada parecido não...
Sim, admito, penso um pouco em você
Mas me esquivo
Você não me toca (afeta) mais
Só que eu pensava como é inútil divagar
E crer em estar bem quando é inverno e vc
Tira as suas mãos quentes
Não me abraça e me repete que sou grande
Me recorda que revivo em muitas coisas
Casas, livros, carros, viagens, folhas de jornal
Que mesmo que não valham nada pelo menos a vc
te permito sonhar
E se vc tem vontade, de te deixar caminhar
Desculpa, sabe, não quero mais te incomodar
Mas vc quer me dizer como isso pode terminar?
Nao sei me explicar
Eu não sei me explicar
A noite a dentro e a lua cheia
e ofereciam o dono,... só a atmosfera
mas te amava e ainda te amo
cada detalhe é o ar que me faz falta
e se estou assim...Será a primavera
mas a desculpa não se sustenta mais
domingo, 15 de junho de 2008
Eu te amo calada...
Tudo que cala fala mais alto ao coração
Silenciosamente
Eu te falo com paixão
Eu te amo calada
Como quem ouve uma sinfonia
De silêncio e de luz
Nós somos medo e desejo
Somos feitos de silêncio e som
Tem certas coisas que eu não sei dizer
A vida é mesmo assim
Dia e noite, não e sim
Lulu Santos
Apenas mais uma de amor
Eu gosto tanto de você
Que até prefiro esconder
Deixo assim ficar
Subentendido
Como uma idéia que existe na cabeça
E não tem a menor obrigação de acontecer
Eu acho tão bonito isso
De ser abstrato
A beleza é mesmo tão fugaz
É uma idéia que existe na cabeça
E não tem a menor pretensão de acontecer
Pode até parecer fraqueza
Pois que seja fraqueza então,
A alegria que me dá
Isso vai sem eu dizer
Se amanhã não for nada disso
Caberá só a mim esquecer
O que eu ganho, o que eu perco
Ninguém precisa saber
Composição: Lulu Santos / Nelson Motta
quarta-feira, 11 de junho de 2008
Ian Caldwell e Dustin Thomason em O enigma do Quatro
sábado, 7 de junho de 2008
Buscamos identidade
Mas não sabemos explicar
Se paro e me pergunto
Será que existe alguma razão
Prá viver assim
Se não estamos
De verdade juntos...
Procuramos independência
Acreditamos na distância entre nós
Toda essa meia verdade
A qual temos nos conformado
Só conseguimos nos afastar
Nós aprendemos a aceitar...
Tantas coisas pela metade
Como essa imensa vontade
Que não sabemos explicar
Que não sabemos saciar...
Toda essa curiosidade
Toda essa intensidade
Toda essa meia verdade
Tantas coisas pela metade
Toda essa curiosidade
Toda essa intensidade...
Capital Inicial
quinta-feira, 5 de junho de 2008
quarta-feira, 4 de junho de 2008
O mais certo a fazer....
Sumi porque não há futuro e isso não é o mais difícil de
lidar, pior é não ter presente e o passado ser mais fluido que o ar.
Sumi porque não há o que se possa resgatar, meu sumiço é
covarde mas atento, meio fajuto meio autêntico, sumi porque
sumir é um jogo de paciência, ausentar-se é risco e sapiência,
pareço desinteressado, mas sumi para estar para sempre do seu
lado, a saudade fará mais por nós dois que nosso amor e sua
desajeitada e irrefletida permanência.
Eu só quero que você saiba quem eu sou...
Não preciso que me ouçam,
Eu só queria que você soubesse como eu sou,
por si!....
você devia ter descoberto...
Você ainda não sabe quem eu sou!
Juliane Varhau
quarta-feira, 21 de maio de 2008
sexta-feira, 16 de maio de 2008
segunda-feira, 28 de abril de 2008
Distância
A distância dos nossos corpos
assedia a ânsia…
Freme veemente em círculo ardente
e multiplica-se num desbravado caminho
de palavras que retrocedo
em alongado
gemido de carência.
Marco as minhas mínguas
a ferro
e todo o teu ser arde-me na pele
gravado em substância.
Aferras-te
e em mim
és perfeito na imensidão de homem.
Percorres-me em segredo,
lapidando as curvas
que à luz se entregam e
projectas-te em sol e fogo.
Não te enxergo a forma
mas sinto-te em fusão
correr-me no sangue.
À contrariedade do tempo que emerge,
gorgolo em devaneio
o teu nome decifrado.
Vera Carvalho
É desta maneira que te sinto...
corre-me no sangue...
e decifro seu nome,
em total e absoluto devaneio
Juliane Varhau
sexta-feira, 25 de abril de 2008
Acabou...
te desentranhar daqui de dentro,
arrancar a dor e o veneno
que se espalham em mim...
Tristeza que não tem mais fim,
consome cada pedacinho da alma,
fadiga, desgasta meus ossos,
envelhece o corpo e o espírito...
Há morte dentro de mim,
há dor e sofrimento sem fim,
a vida está fracassada
e a felicidade está sepultada...
José Infante Neto
quinta-feira, 24 de abril de 2008
segunda-feira, 21 de abril de 2008
Nós
Perdoamo-nos pela demora deste reencontro.
Gosto da fusão das nossas frases,
De misturá-las com texto,
Alisando as ondas do teu cabelo,
Enrolando as emoções de cada um em novelo.
Mais tarde teceremos as tapeçarias da nossa história.
Gosto do complemento direto do nosso pensamento,
Mesmo quando é circunstancial.
De lugar em lugar, chegar a um ponto não final.
Parágrafo.
Mudar de linha.
Todas as linhas levam a uma estação.
As nossas estações são paragens do tempo.
Gosto quando estacionamos os nossos corpos,
Quando damos corpo às vozes sussurradas,
Desejos contidos à revelia do corpo,
Revelados por sinais que o corpo lê.
Gosto de aprender contigo.
Lições sem mestre nem aluno,
Sem horário nem faltas...e quando me faltas
Agarro-me ainda mais a ti,
Agarro-me ainda mais a nós.
Um do outro, apertados, nós.
http://eternidadenummomento.blogspot.com/
sexta-feira, 11 de abril de 2008
Amo-te só...
Só, despida, estendida, molhada, imersa em espuma e sais... não me sais do pensamento.
Amo-te sóbria, sombrio estado entre a solidez e a solidão.
Amo-te só... mente, finge, ilude-me se necessário... só não me digas que não me amas. Quero-te só... para mim.
Amo-te só... por dizer que te amo foge-me o chão, tremem-me os joelhos, estremecem as fundações que sustentam a construção da minha essência, dos meus princípios e por fim, no meio de uma vertigem, tombo.
Quedo-me só, caída, lembrando passagens secretas de literatura e procurando forma de descrever, demonstrar, quantificar o amor.
Amo-te só... tanto.
terça-feira, 8 de abril de 2008
Outra parte
sem motivo, me diz que não sabe o que é o amor.
eu sei exatamente o que é o amor. O amor é saber
que existe uma parte de nós que deixou de nos pertencer.
O amor é saber que vamos perdoar tudo a essa parte
de nós que não é nossa. O amor é sermos fracos.
O amor é ter medo e querer morrer.
José Luís Peixoto
sábado, 29 de março de 2008
Mais que puder
Curar não é possível...
...A doença de viver,
Se você soubesse como é verdadeiro
Esse sentimento aqui
E se a vida faz você sofrer um pouco,
Castigue-a vivendo-a,
É a única maneira:
Supreendê-la assim...
...
Toda a emoção que você precisa está aí
Você tem uma chance,
a bênção pra sentir
A dor mais profunda de amor que não pode curar.
A vida despedaça cada lembrança que você mantém dentro de si
Digo isso a você porque eu sei.
Proteja o que for querido, não troque sua alma
Não sobrou nada à sua volta,
Não há lugar pra ir.
...
Há uma coisa na vida que eu entendo,
Somos nós,
Que ainda temos vontade
Somos nós
Que a temos sempre acesa,
Essa ânsia rapidíssima que temos
De viver a vida mais do que podemos
Respire profundamente,
Abra os braços ao mundo
E abrace aquilo que está aqui,
Toda a emoção que está aqui.
(Eros Ramazzotti e Cher)
sexta-feira, 28 de março de 2008
quinta-feira, 27 de março de 2008
Espera...
e aqui eu fiquei.
Não me deu chaves, não me deu senhas, mas me abriu algumas frestas, pequenas brechas em que eu pude ver luz,
então esperei.
Durante este tempo, todas as portas permaneceram fechadas!,
você vinha de vez em quando, tentando me fazer sentir segura em esperar.
Vi pessoas entranto com facilidade, ...
...as frestas se fecharam
então, percebo que não posso permanecer sentada aqui...
eu vou deixar o meu lugar!
Juliane
terça-feira, 18 de março de 2008
Girassol
Às próprias custas
E caio sempre nos seus braços
Pobre diabo é o que sou...
Um girassol sem sol
Um navio sem direção
Apenas a lembrança
Do seu sermão...
Você é meu sol
Um metro e setenta e cinco
De sol
E quase o ano inteiro
Os dias foram noites
Noites para mim...
Meu sorriso se foi
Minha canção também
Eu jurei por Deus
Não morrer por amor
E continuar a viver...
Como eu sou um girassol
Você é meu sol...
Morro de amor
E vivo por aí
Nenhum santo
Tem pena de mim...
Sou agora
Um frágil cristal
Um pobre diabo
Que não sabe esquecer
Que não sabe esquecer...
Como eu sou um girassol
Você é meu sol...
quinta-feira, 13 de março de 2008
Reverência ao destino
Falar é completamente fácil, quando se tem palavras em mente que expressem sua opinião.
Difícil é expressar por gestos e atitudes o que realmente queremos dizer, o quanto queremos dizer, antes que a pessoa se vá.
Fácil é julgar pessoas que estão sendo expostas pelas circunstâncias.
Difícil é encontrar e refletir sobre os seus erros, ou tentar fazer diferente algo que já fez muito errado.
Fácil é ser colega, fazer companhia a alguém, dizer o que ele deseja ouvir.
Difícil é ser amigo para todas as horas e dizer sempre a verdade quando for preciso.
E com confiança no que diz.
Fácil é analisar a situação alheia e poder aconselhar sobre esta situação.
Difícil é vivenciar esta situação e saber o que fazer ou ter coragem pra fazer.
Fácil é demonstrar raiva e impaciência quando algo o deixa irritado.
Difícil é expressar o seu amor a alguém que realmente te conhece, te respeita e te entende.
E é assim que perdemos pessoas especiais.
Fácil é mentir aos quatro ventos o que tentamos camuflar.
Difícil é mentir para o nosso coração.
Fácil é ver o que queremos enxergar.
Difícil é saber que nos iludimos com o que achávamos ter visto.
Admitir que nos deixamos levar, mais uma vez, isso é difícil.
Fácil é dizer "oi" ou "como vai?"
Difícil é dizer "adeus", principalmente quando somos culpados pela partida de alguém de nossas vidas...
Fácil é abraçar, apertar as mãos, beijar de olhos fechados.
Difícil é sentir a energia que é transmitida.
Aquela que toma conta do corpo como uma corrente elétrica quando tocamos a pessoa certa.
Fácil é querer ser amado.
Difícil é amar completamente só.
Amar de verdade, sem ter medo de viver, sem ter medo do depois. Amar e se entregar, e aprender a dar valor somente a quem te ama.
Fácil é ouvir a música que toca.
Difícil é ouvir a sua consciência, acenando o tempo todo, mostrando nossas escolhas erradas.
Fácil é ditar regras.
Difícil é seguí-las.
Ter a noção exata de nossas próprias vidas, ao invés de ter noção das vidas dos outros.
Fácil é perguntar o que deseja saber.
Difícil é estar preparado para escutar esta resposta ou querer entender a resposta.
Fácil é chorar ou sorrir quando der vontade.
Difícil é sorrir com vontade de chorar ou chorar de rir, de alegria.
Fácil é dar um beijo.
Difícil é entregar a alma, sinceramente, por inteiro.
Fácil é sair com várias pessoas ao longo da vida.
Difícil é entender que pouquíssimas delas vão te aceitar como você é e te fazer feliz por inteiro.
Fácil é ocupar um lugar na caderneta telefônica.
Difícil é ocupar o coração de alguém, saber que se é realmente amado.
Fácil é sonhar todas as noites.
Difícil é lutar por um sonho.
Eterno, é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade, que se petrifica, e nenhuma força jamais o resgata.
Carlos Drummond de Andrade
sábado, 8 de março de 2008
Iris
...E eu desistiria da eternidade para te tocar
Pois eu sei que, de algum modo você me sente
É o mais próximo do paraíso que eu jamais estarei
E eu não quero ir para casa agora
E tudo que posso provar é este momento
E tudo que posso respirar é a sua vida
Porque mais cedo ou mais tarde acaba
Eu só não quero sentir a sua falta esta noite
E eu não quero que o mundo me veja
Porque eu não acredito que eles entenderiam
Enquanto tudo é feito para ser quebrado
Eu só quero que saiba quem eu sou....
sexta-feira, 7 de março de 2008
Te amo
de uma forma inconfessável
de um modo contraditório.
Te amo...
Com meus estados de ânimo que são muitos,
e trocam de humor continuamente.
Pelo que já sabes,
o tempo, a vida, a morte.
Te amo...
Com o mundo que não entendo
com a gente que não compreende
com a ambivalência de minha alma
com a incoerência de meus atos
com a fatalidade do destino
com a conspiração do desejo
com a ambigüidade dos meus feitos
Mesmo quando que te digo que não te amo,
Te amo...
Mesmo quando te engano, não te engano
no fundo, levo a cabo um plano
para te amar melhor.
Pois, ainda que não creias, minha pele
sente enormemente a falta da sua pele.
Te amo...
Sem raciocinar
inconcientemente
irresponsavelmente
espontaneamente
involuntariamente
por instinto
por impulso
irracionalmente.
De fato, não tenho argumentos lógicos
nem ao menos improvisá-los para fundamentar este
amor que sinto por ti
que surgiu misteriosamente
do nada, que não tem
resultado magicamente nada
E que milagrosamente
há pouco, com pouco e nada
tem melhorado o pior de mim.
Te amo...
Te amo com um corpo que não pensa
com um coração que raciocina
com uma cabeça que não coordena.
Te amo..
Incompreensivelmente
sem perguntar-me porque te amo.
Sem importar-me porque te amo.
Sem questionar-me porque te amo.
Te amo...
Sinceramente porque te amo
Eu mesmo não sei
porque te amo.
domingo, 17 de fevereiro de 2008
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008
Limites do amor...
nos meus limites
até que exausto e mais querendo
um amor total, livre das cercas,
te despeça de mim, sofrido,
na direção de outro amor
que pensas ser total e total será
nos seus limites da vida.
O amor não se mede
....se ama também de outra forma, incerta,
é este o mistério:
- ilimitado o amor às vezes se limita,
proibido é que o amor às vezes se liberta.
Ele quis morrer para arrasar a morte e voltar.
Affonso Romano de Sant'Anna
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008
Dança
ou flecha de cravos que propagam o fogo:
te amo secretamente, entre a sombra e a alma.
Te amo como a planta que não floresce e leva
dentro de si, oculta, a luz daquelas flores,
e graças a teu amor vive escuro em meu corpo
o apertado aroma que ascender da terra.
Te amo sem saber como, nem quando, nem onde,
te amo diretamente sem problemas nem orgulho:
assim te amo porque não sei amar de outra maneira,
Se não assim deste modo em que não sou nem és
tão perto que a tua mão sobre meu peito é minha
tão perto que se fecham teus olhos com meu sonho.
Pablo Neruda
sábado, 12 de janeiro de 2008
Eu não existo sem você
Já que a vida quis assim
Que nada nesse mundo levará você de mim
Eu sei e você sabe
Que a distância não existe
Que todo grande amor
Só é bem grande se for triste
Por isso meu amor
Não tenha medo de sofrer
Que todos os caminhos
Me encaminham a você.
Assim como o Oceano, só é belo com o luar
Assim como a Canção, só tem razão se se cantar
Assim como uma nuvem, só acontece se chover
Assim como o poeta, só é bem grande se sofrer
Assim como viver sem ter amor, não é viver
Não há você sem mim
E eu não existo sem você!
Vinícius de Moraes
sexta-feira, 4 de janeiro de 2008
Velho ano
quarta-feira, 2 de janeiro de 2008
Ternura
Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor
seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentando
Pela graça indizível
dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura
dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer
que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas
nem a fascinação das promessas
Nem as misteriosas palavras
dos véus da alma...
É um sossego, uma unção,
um transbordamento de carícias
E só te pede que te repouses quieto,
muito quieto
E deixes que as mãos cálidas da noite
encontrem sem fatalidade
o olhar estático da aurora.
Vinícius de Moraes