segunda-feira, 28 de abril de 2008

Distância

A distância dos nossos corpos
assedia a ânsia…

Freme veemente em círculo ardente
e multiplica-se num desbravado caminho
de palavras que retrocedo
em alongado
gemido de carência.

Marco as minhas mínguas
a ferro
e todo o teu ser arde-me na pele
gravado em substância.
Aferras-te
e em mim
és perfeito na imensidão de homem.

Percorres-me em segredo,
lapidando as curvas
que à luz se entregam e
projectas-te em sol e fogo.
Não te enxergo a forma
mas sinto-te em fusão
correr-me no sangue.

À contrariedade do tempo que emerge,
gorgolo em devaneio
o teu nome decifrado.

Vera Carvalho

É desta maneira que te sinto...
corre-me no sangue...
e decifro seu nome,
em total e absoluto devaneio

Juliane Varhau

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Acabou...

Quero abrir minhas entranhas,
te desentranhar daqui de dentro,
arrancar a dor e o veneno
que se espalham em mim...

Tristeza que não tem mais fim,
consome cada pedacinho da alma,
fadiga, desgasta meus ossos,
envelhece o corpo e o espírito...

Há morte dentro de mim,
há dor e sofrimento sem fim,
a vida está fracassada
e a felicidade está sepultada...

José Infante Neto

quinta-feira, 24 de abril de 2008

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Nós

Gosto de confundir as nossas línguas.
Com a fusão das nossas bocas
Perdoamo-nos pela demora deste reencontro.
Gosto da fusão das nossas frases,
De misturá-las com texto,
Alisando as ondas do teu cabelo,
Enrolando as emoções de cada um em novelo.
Mais tarde teceremos as tapeçarias da nossa história.
Gosto do complemento direto do nosso pensamento,
Mesmo quando é circunstancial.
De lugar em lugar, chegar a um ponto não final.
Parágrafo.
Mudar de linha.
Todas as linhas levam a uma estação.
As nossas estações são paragens do tempo.
Gosto quando estacionamos os nossos corpos,
Quando damos corpo às vozes sussurradas,
Desejos contidos à revelia do corpo,
Revelados por sinais que o corpo lê.
Gosto de aprender contigo.
Lições sem mestre nem aluno,
Sem horário nem faltas...e quando me faltas
Agarro-me ainda mais a ti,
Agarro-me ainda mais a nós.
Um do outro, apertados, nós.

http://eternidadenummomento.blogspot.com/

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Amo-te só...

Amo-te só.
Só, despida, estendida, molhada, imersa em espuma e sais... não me sais do pensamento.
Amo-te sóbria, sombrio estado entre a solidez e a solidão.
Amo-te só... mente, finge, ilude-me se necessário... só não me digas que não me amas. Quero-te só... para mim.
Amo-te só... por dizer que te amo foge-me o chão, tremem-me os joelhos, estremecem as fundações que sustentam a construção da minha essência, dos meus princípios e por fim, no meio de uma vertigem, tombo.
Quedo-me só, caída, lembrando passagens secretas de literatura e procurando forma de descrever, demonstrar, quantificar o amor.
Amo-te só... tanto.

http://magicandoideias.blogspot.com/2008/01/amo-te-s.html

terça-feira, 8 de abril de 2008

Outra parte


Fico admirada quando alguém, por acaso e quase sempre
sem motivo, me diz que não sabe o que é o amor.
eu sei exatamente o que é o amor. O amor é saber
que existe uma parte de nós que deixou de nos pertencer.
O amor é saber que vamos perdoar tudo a essa parte
de nós que não é nossa. O amor é sermos fracos.
O amor é ter medo e querer morrer.

José Luís Peixoto

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