sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Poesias dos meus dias....



Nasces de mim como prenda preciosa que guardo no ventre. Carrego-te no colo, protegendo-te de todos os vendavais, chuvas e tempestades que na vida te assolam. Protejo o teu corpo com o meu corpo, cobrindo-te com o calor de um abraço, sentindo-te aconchegar-te a mim.

Neste equilíbrio instável de corpos enrolados aprendemos aos poucos a partilhar-nos. Saboreio cada pedaço teu como se fosses eu. Sinto cada bater do teu peito como se fosse o meu. Absorvo o frio da tua pele despida, convertendo-o no calor ardente da minha paixão.

Nesta nova formula de amar, os corpos são invólucros que sustentam os sentidos, e estes ganham forma abandonando o abrigo para se tornarem independentes. Criamos o próprio Universo à nossa medida, semeamo-lo de estrelas perdidas, e sentamo-nos de mãos dadas no prado, a contemplar a luz que ele próprio irradia.

Amar-te assim, embrenhada em mim, é como ser tu, é como seres eu em ti, neste abraço enrolado, eterno, sem fim.

Autor: António Almas
Fonte: http://noite.do.sapo.pt/

2 comentários:

Anônimo disse...

Foi uma sensação estranha ver um texto meu publicado em outro lugar, de repente parece que a mente se sente confundida, mas, depois tomamos consciência que alguém gostou e decidiu republicar. Obrigado Ju

tanaka_san disse...

Olá, Juliane. Gostei muito do teu blog, achei muito interessante a escolha de textos e poemas que tens publicado. Se quiseres vem também visitar o meu, escrevo de tudo um pouco. Espero que não te importes usei um imagem que também tens no teu blog.
Bjs

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