terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Canção do Dia de Sempre


Tão bom viver dia a dia…
A vida assim, jamais cansa…
Viver tão só de momentos
Como estas nuvens no céu…
E só ganhar, toda a vida,
Inexperiência… esperança…
E a rosa louca dos ventos
Presa à copa do chapéu.
Nunca dês um nome a um rio:
Sempre é outro rio a passar.
Nada jamais continua,
Tudo vai recomeçar!
E sem nenhuma lembrança
Das outras vezes perdidas,
Atiro a rosa do sonho
Nas tuas mãos distraídas…

Mário Quintana

Arte-final


Não basta um grande amor
para fazer poemas.
E o amor dos artistas, não se enganem,
não é mais belo
que o amor da gente.
O grande amante é aquele que silente
se aplica a escrever com o corpo
o que seu corpo deseja e sente.
Uma coisa é a letra,
e outra o ato,
quem toma uma por outra
confunde e mente.

Affonso Romano de Sant'Anna

domingo, 23 de dezembro de 2007

Noturno



Espírito que passas, quando o vento
Adormece no mar e surge a Lua,
Filho esquivo da noite que flutua,
Tu só entendes bem o meu tormento...
Como um canto longínquo - triste e lento-
Que voga e sutilmente se insinua,
Sobre o meu coração que tumultua,
Tu vestes pouco a pouco o esquecimento...
A ti confio o sonho em que me leva
Um instinto de luz, rompendo a treva,
Buscando. entre visões, o eterno Bem.
E tu entendes o meu mal sem nome,
A febre de Ideal, que me consome,
Tu só, Gênio da Noite, e mais ninguém!

Antero de Quental

Te quero


Não te quero senão porque te quero
E de querer-te a não querer-te chego
E de esperar-te quando não te espero
Passa meu coração do frio ao fogo.
Te quero só porque a ti quero,
Te odeio sem fim, e odiando-te rogo,
E a medida de meu amor viageiro
É não ver-te e amar-te como uma cega.
Talvez consumirá a luz de janeiro
Seu raio cruel, meu coração inteiro,
Roubando-me a chave do sossego.
Nesta história só eu morro
E morrerei de amor porque te quero,
Porque te quero, amor, a sangue e a fogo.

Pablo Neruda

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Teu sonho



Já és meu. Repousa com teu sonho em meu sonho.
Amor, dor, trabalhos, devem dormir agora.
Gira a noite sobra suas invisíveis rodas
e junto a mim és puro como âmbar dormido.
Nenhum mais, amor, dormirá com meus sonhos.
Irás, iremos juntos pelas águas do tempo.
Nenhum mais viajará pela sombra comigo,
só tu, sempre-vivo, sempre sol, sempre lua.
Já tuas mãos abriram os punhos
e deixaram cair suaves sinais sem rumo,
teus olhos se fecharam como duas asas cinzas.
Enquanto eu sigo a água que levas e me leva:
a noite, o mundo, o vento enovelam seu destino,
e já não sou sem ti senão apenas teu sonho.

Pablo Neruda

Como posso saber

Ah! se eu pudesse entender
As coisas que vêm do amor
Mas quem sou eu se a vida nunca
Me ensinou


Como posso saber
Se nem Deus me explicou a razão
Dessa anti-paixão que existe
Em você

Amor é coisa que a gente tem que
Aprender por si só
Nem sempre o que diz o livro é melhor

E hoje eu me sinto cansada
Carrego o peso do amor
Que eu não pude aprender
Porque você nunca me ajudou

Composição: Djavan

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Imortal


Estou tão cansada de estar aqui
Reprimida por todos os meus medos infantis
E se você tiver que ir
Eu desejo que você vá logo
Porque sua presença ainda permanece aqui
E isso não vai me deixar em paz
Essas feridas parecem não querer cicatrizar
Essa dor é muito real
Isso é simplesmente muito mais do que o tempo pode
apagar
Quando você chorou eu enxuguei todas as suas lágrimas
Quando você gritou eu lutei contra todos os seus
medos
Eu segurei a sua mão
Mas você ainda tem tudo de mim
Você costumava me cativar
Pela sua luz ressonante
Agora eu estou limitada pela vida que você deixou para
trás
Seu rosto assombra
Todos os meus sonhos, que já foram agradáveis
Sua voz expulsou
Toda a sanidade em mim
Eu tentei com todas as forças dizer a mim mesma que
você se foi
Mas embora você ainda esteja comigo
Eu tenho estado sozinha todo esse tempo.
...

Evanescence - My immortal

Amor sem dano...


Tudo de amor que existe em mim foi dado.
Tudo que fala em mim de amor foi dito.
Do nada em mim o amor fez o infinito
Que por muito tornou-me escravizado.
Tão pródigo de amor fiquei coitada
Tão fácil para amar fiquei proscrita.
Cada voto que fiz ergueu-se em grito
Contra o meu próprio dar demasiado.
Tenho dado de amor mais que coubesse
Nesse meu pobre coração humano
Desse eterno amor meu antes não desse.
Pois se por tanto dar me fiz engano
Melhor fora que desse e recebesse
Para viver da vida o amor sem dano.

Paulo Mendes Campos/ Vinicius de Morais

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Caos



Há um momento na vida
de terror definitivo,
de fracasso tremendo,
de sangrar a ferida.
Nada rende,
não há remendo,
nem consolo,
nem saída;
luta perdida.
A lágrima não significa,
o amor cruza os braços,
a saudade diz que vai,
e fica.

Ivone Boechat

Silêncio



Preciso do teu silêncio
cúmplice
sobre minhas falhas.
Não fale.
Um sopro, a menor vogal
pode me desamparar.
E se eu abrir a boca
minha alma vai rachar.
O silêncio, aprendo,
pode construir. É um modo
denso/tenso
- de coexistir.
Calar, às vezes,
é fina forma de amar.

Affonso Romano de Sant'Anna

domingo, 16 de dezembro de 2007

sábado, 15 de dezembro de 2007

Pra rua me levar

Não vou viver, como alguém que só espera um novo amor
Há outras coisas no caminho aonde eu vou
As vezes ando só, trocando passos com a solidão
Momentos que são meus e que não abro mão

Já sei olhar o rio por onde a vida passa
Sem me precipitar e nem perder a hora
Escuto no silêncio que há em mim e basta
Outro tempo começou pra mim agora
....
É... mas tenho ainda muita coisa pra arrumar
Promessas que me fiz e que ainda não cumpri
Palavras me aguardam o tempo exato pra falar
Coisas minhas, talvez você nem queira ouvir
....
Vou deixar a rua me levar
Ver a cidade se acender
A lua vai banhar esse lugar
E eu vou lembrar você...

Ana Carolina





Não sei onde foi que nos perdemos,
...mas nos perdemos
nem sei se algum dia aconteceu,
é difícil entender o que sobrou,

me perdi entre as linhas tortas,
sempre me perco por estas linhas,
talvez seja este mesmo o caminho, ...torto,
talvez ainda não seja o momento de entender,

então, foi aprendizado, vivência, experiência,
mas porquê tanto sentimento?
em tão pouco tempo,
tanto sentimento?
por tão poucas vezes,
tanto sentimento?

talvez seja melhor continuar perdida,
até que venha o entendimento,
vou abandonar os pré-julgamentos,
até que eu consiga arrumar as linhas,
ou que tenha equilíbrio para percorrê-las,
até que descubra um atalho ou outro caminho.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

A tua realidade...

Oscilações da alma, a realidade prende o sonho com correntes pesadas. Teme-se perder o rumo, a cabeça, a racionalidade. Mas o desejo chama-nos de uma outra dimensão, dia após dia, Noite após Noite. Cedemos, deixamo-nos levar. Não, não podemos, temos de racionalizar. Amo-te, minha luz de letras feita, mas não posso, não devo fazê-lo. E a realidade? Afinal és apenas um sonho de uma noite de verão. Não quero pensar-te, mas... preciso de ti!

Eu, aqui sentado neste cadeirão envelhecido pelo tempo, escuto as tuas ondulações, sinto os teus passos em frente, atrás. Acompanho-te nas hesitações, quando me amas, e quando decides que já não me queres. Não flutuo, mantenho-me firme na convicção de seres para mim quem és! Sei perfeitamente o que sempre foste em mim, o sentido que fazes na minha vida, na minha eternidade.

Sei de onde vimos, tenho a certeza do caminho que temos a percorrer, mas não vou desviar-te da tua realidade, afinal ela é limitada à vida do teu corpo, e esse jamais será meu, mas... a tua alma pertence à minha e jamais irá a lado nenhum sem me levar com ela. Espero, no silêncio da Noite, abrigado entre as estrelas de onde te observo embrenhada da tua pequena realidade.

António Almas
Fonte: http://noite.do.sapo.pt/

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Anjos...






















Eu sento e aguardo
Um anjo que contempla meu destino?
E eles conhecem
Os lugares onde nós vamos
Quando estamos grisalhos e velhos?
Pois me foi dito
Que a salvação deixa as asas deles estendidas
Então, eu quase dormindo na minha cama,
Pensamentos correndo pela minha cabeça,
E eu sinto que o amor está morto,
Estou amando anjos em vez disso...

E através disso tudo ela me oferece proteção,
Muito amor e afeto,
Esteja eu certo ou errado.
E debaixo da cachoeira,
Onde quer que isso possa me levar,
Eu sei que a vida não me arruinará.
Quando eu vier chamar,
Ela não me abandonará.

Quando estou me sentindo fraca
E minha dor caminha por uma rua de mão única,
Eu olho para cima
E sei que serei sempre abençoada por esse amor.
E conforme o sentimento cresce
Ela dá vida ao meu corpo.
E quando o amor estiver morto...


Robbie Williams - Angels

domingo, 9 de dezembro de 2007

Teu tempo


Faz-me, apenas, entender teu tempo
e suportar a dor enquanto espero,
já que não queres trazer qualquer alento...

E os que estavam ao meu redor
já cansaram-se do teu tempo.
A minha dor se faz ainda maior...

Tempo que para ti não existe.
Tempo que vem para nos afligir.
O tempo passa, a dor persiste.
Senhor, nem há para onde fugir.

E o amor virou poeira
e a vida se desespera.
Caminho já “sem eira nem beira”,
aguardando a morte: o fim da espera!

José Infante Néto

sábado, 8 de dezembro de 2007

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Arte de amar


Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.
A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação.
Não noutra alma.
Só em Deus — ou fora do mundo.
As almas são incomunicáveis.

Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.

Porque os corpos se entendem, mas as almas não.

Manuel Bandeira

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Desamor

Cada ser humano possui características únicas e inigualáveis,
intransferíveis,
possuem cada um deles alma e espíritos singulares,
aparência,
voz,
atitudes,
possuem cada um as suas bagagens de conhecimento, experiência e emocionais,

então, cada ser humano é realmente inigualável,
por isto não concebo a possibilidade de que uma pessoa possa ser substituída por outra,
em nenhum dos aspectos da vida.

e cada uma das pessoas com as quais convivemos nos transformam nos seres que somos,
por isto, existem pessoas que passam por nossas vidas marcando-nos profundamente, fazendo-nos mudar ações e sentimentos,

e quando uma pessoa nos decepciona amarga e dolorosamente,
se torna singular em nossas vidas,
faz-nos mudar o que pensávamos a respeito dela e de outras pessoas com as quais convivemos
o mais triste é que tem o poder de se transformar em pilares...
do desamor que temos que carregar.

A PROCURA DA POESIA



Não faças versos sobre acontecimentos.
Não há criação nem morte perante a poesia.
Diante dela, a vida é um sol estático,
não aquece nem ilumina.
As afinidades, os aniversários, os incidentes pessoais não contam.
Não faças poesia com o corpo,
esse excelente, completo e confortável corpo, tão infenso à efusão lírica.

Tua gota de bile, tua careta de gozo ou de dor no escuro
são indiferentes.
Nem me reveles teus sentimentos,
que se prevalecem do equívoco e tentam a longa viagem.
O que pensas e sentes, isso ainda não é poesia.

Não cantes tua cidade, deixa-a em paz.
O canto não é o movimento das máquinas nem o segredo das casas.
Não é música ouvida de passagem, rumor do mar nas ruas junto à linha de espuma.

O canto não é a natureza
nem os homens em sociedade.
Para ele, chuva e noite, fadiga e esperança nada significam.
A poesia (não tires poesia das coisas)
elide sujeito e objeto.

Não dramatizes, não invoques,
não indagues. Não percas tempo em mentir.
Não te aborreças.
Teu iate de marfim, teu sapato de diamante,
vossas mazurcas e abusões, vossos esqueletos de família
desaparecem na curva do tempo, é algo imprestável.

Não recomponhas
tua sepultada e merencória infância.
Não osciles entre o espelho e a
memória em dissipação.
Que se dissipou, não era poesia.
Que se partiu, cristal não era.

Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.
Convive com teus poemas, antes de escrevê-los.
Tem paciência se obscuros. Calma, se te provocam.
Espera que cada um se realize e consume
com seu poder de palavra
e seu poder de silêncio.
Não forces o poema a desprender-se do limbo.
Não colhas no chão o poema que se perdeu.
Não adules o poema. Aceita-o
como ele aceitará sua forma definitiva e concentrada
no espaço.

Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível, que lhe deres:
Trouxeste a chave?

Repara:
ermas de melodia e conceito
elas se refugiaram na noite, as palavras.
Ainda úmidas e impregnadas de sono,
rolam num rio difícil e se transformam em desprezo.


Carlos Drummond de Andrade

Não é fácil amar...



Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil.

Clarice Lispector

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Amor e seu tempo...



Amor é privilégio de maduros
estendidos na mais estreita cama,
que se torna a mais larga e mais relvosa,
roçando, em cada poro, o céu do corpo.

É isto, amor: o ganho não previsto,
o prêmio subterrâneo e coruscante,
leitura de relâmpago cifrado,
que, decifrado, nada mais existe

valendo a pena e o preço do terrestre,
salvo o minuto de ouro no relógio
minúsculo, vibrando no crepúsculo.

Amor é o que se aprende no limite,
depois de se arquivar toda a ciência
herdada, ouvida. Amor começa tarde.


Carlos Drummond de Andrade



segunda-feira, 3 de dezembro de 2007



Nunca amamos alguém. Amamos, tão-somente, a idéia que fazemos de alguém. É a um conceito nosso - em suma, é nós mesmos- que amamos.
Isto é verdade em toda a escala do amor. No amor sexual buscamos um prazer nosso dado por intermédio de um corpo estranho. No amor diferente do sexual, buscamos um prazer nosso dado por intermédio de uma idéia nossa.(...)
As relações entre uma alma e outra, através de coisas tão incertas e divergentes como as palavras comuns e os gestos que se empreendem, são matéria de estranha complexidade. No próprio ato em que nos conhecemos, nos desconhecemos. Dizem os dois 'amo-te' ou pensam-no e sentem-no por troca, e cada uma quer dizer uma idéia diferente, uma vida diferente, até, porventura, uma cor ou um aroma diferente, na soma abstracta de impressões que constiui a atividade da alma. (...)

Fernando Pessoa

Nunca diga "te amo" se não te interessa. Nunca fale sobre sentimentos se estes não existem. Nunca toque numa vida se não pretende romper um coração. Nunca olhe nos olhos de alguém se não quiser vê-lo se derramar em lágrimas por causa de ti. A coisa mais cruel que alguém pode fazer é permitir que alguém se apaixone por você quando você não pretende fazer o mesmo.

domingo, 2 de dezembro de 2007

Recomeço...


Palavras que ficaram por serem faladas, se perderam no tempo, não tem mais sentido,
Como uma gota de cristal vinda no nada, algo se quebrou, ....
magia,
O sentimento se esconde, apesar de ainda existir não quer mais se mostrar, talvez prefira morrer só,
Não, a culpa não foi do acaso, ...talvez o destino.
Então, pessoas especiais perderam o seu espaço e na contramão outras talvez tenham ganho;

Energia desperdiçada, sentimento represado.
Promessas que ficaram presas ao sentido da palavra,
A intensidade se transforma em uma faísca na eternidade,
A distância talvez não queira mais ser superada,
O tempo que passou em vão, não se permite mais seguir sem direção e nenhuma certeza,

Então, as palavras que não pude dizer formaram um templo em mim, onde agora reina o silêncio, pai do meu aprendizado.
O crescimento permite a autonomia de sentimentos, e desejo, que a vida transforme as velhas sensações e as frustrações na vontade de um recomeço, diferente dos que já vivi.


sábado, 1 de dezembro de 2007

Ausência



Eu deixarei que morra em mim o desejo
de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar senão a mágoa
de me veres eternamente exausto
No entanto a tua presença é qualquer coisa
como a luz e a vida

E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto
e em minha voz a tua voz
Não te quero ter porque
em meu ser está tudo terminado.
Quero só que surjas em mim
como a fé nos desesperados

Para que eu possa levar uma gota de orvalho
nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne
como uma nódoa do passado.
Eu deixarei ... tu irás e encostarás
a tua face em outra face

Teus dedos enlaçarão outros dedos
e tu desabrocharás para a madrugada
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu,
porque eu fui o grande íntimo da noite
Porque eu encostei a minha face
na face da noite e ouvi a tua fala amorosa

Porque meus dedos enlaçaram os dedos
da névoa suspensos no espaço
E eu trouxe até mim a misteriosa essência
do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só
como os veleiros nos portos silenciosos

Mas eu te possuirei mais que ninguém
porque poderei partir
E todas as lamentações do mar,
do vento, do céu, das aves, das estrelas
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente,
a tua voz serenizada.

Vinícius de Moraes

Frases